sábado, 5 de janeiro de 2008

A criação da criação

O homem tenta explicar de várias formas o origem do universo, da vida e de tudo mais. Quando parei para meditar a respeito disto, eis o que me dei conta. De que a criação é uma criação nossa, porque ela nunca existiu. Estranho? Talvez, se apenas usarmos as conclusões que nossos sentidos faz-nos interpretar.

Deixem-me explicar com clareza. Partamos do que Lavoisier observou: “Na natureza nada se cria, tudo se transforma”. Percebem a profundidade desta conclusão? “nada de cria”. Entretanto insistimos em explicar a criação ou origem do universo, seja com ciência ou com religião.

Mas porque raciocinamos desta forma? Porque achamos que tudo deve haver uma criação? A resposta é simples. Porque o que interpretamos do mundo através de nossos sentidos desde que nascemos é isso. Nossos olhos não são capazes de perceber as reações químicas e físicas de transformação, logo somos levados a acreditar que tudo pode ser criado. Desta forma somos levados a absorver o conceito de criação espontaneamente pela mera interpretação que nossos sentidos nos dão do mundo. Portanto a “criação” nunca existiu, ela é apenas um conceito que inventamos a partir de interpretações pouco sofisticadas.

Ainda achas difícil aceitar que tudo sempre existiu. Isto porque este conceito ainda é muito intrínseco à razão que rege nosso raciocínio. Entretanto nossa razão é apenas um modelo da natureza, apenas uma simulação do que preveríamos a partir de todos os dados que absorvemos desde que nascemos.

Vou lhe provar mais uma vez como nossa razão é falha. Imagine-se desprovido de qualquer noção de física, utilizando apenas o senso comum, imaginemos: que objeto atinge o chão primeiro quando lançados de uma mesma altura? O mais leve ou o mais pesado? Responderíamos que obviamente o mais pesado. Outra vez nossa razão mostra-se falha, já que a lei da gravitação universal afirma que todos os objetos são atraídos para terra com a mesma aceleração.

Com isto somos levados a concluir que muito do que tentamos explicar são apenas conceitos que nós mesmos criamos, mas que não fazem parte da natureza e que nossa razão é falha ao explicar o mundo por mera interpretação filosófica. Sendo busca pela criação apenas um fruto desta confusão.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007


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Perspectivas


O natal vem se aproximando, e com isso decorações natalinas surgem pela casa. Enquanto ajudava meu pai a decorar nossa árvore me dei conta de como eu cresci. Lembro que quando criança achava aquela árvore belíssima e imensa, cujo topo conseguíamos decorar apenas com o auxílio de uma escadinha. Hoje, se estico o braço às alturas, já consigo posicionar a estrela que costuma decorar seu cume.

Quando me dei conta disto subitamente um pensamento me tomou: como minha perspectiva diante a vida havia mudado. Parece besta e trivial, mas se parar para compreender a profundidade disto, talvez possamos retirar algo de bom para o cotidiano.

Eis aqui o que me ocorreu. Lembrei que quando criança tudo parecia grandioso, eu não caminhava olhando para o chão. Apenas para o alto, pois tudo que havia no alto era mais interessante: as árvores, as nuvens, as estrelas, as coberturas dos prédios. Agora que cresci, percebi que o referencial alto sou eu (alguns podem rir disto X^D, porque eu sou realmente alto), e hoje ando olhando mais para o chão, cabisbaixo, sob essa perspectiva de mundo reduzida que é a distância entre o meu olhar e o chão.

Isto me levou à outro sentimento, que a vida antes parecia mais otimista e estimulante. Creio que em parte por esta perspectiva de maravilhamento com a nossa minúscula dimensão diante do que existe, que nos empurrava a querer conhecer, explicar e simplesmente admirar. Esta que simplesmente perdemos ao crescer. Aliás, quando foi a última vez que olhei para o céu apenas pelo prazer de observar os sutis movimentos das nuvens? A resposta é que não me lembro.

Engraçado não é? Será que isso possui alguma influência na forma em que nos sentimos em relação à vida? Acredito que sim. Boas perspectivas trazem bons sentimentos. ^^

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Sobre as dificuldades

Sabe, ultimamente a vida tem me colocado em situações que não desejo para ninguém. Mas uma lição eu tirei destas, que infelizmente, esse mundo não é justo. Quando paramos realmente para pensar podemos concluir isso claramente. Nós (incluo eu, minha família e você que lê esta reflexão também) tentamos ser justos e bons nessa vida esperando que ela nos retorne coisas boas, entretanto isso não acontece, dá-se o pior, pelo fato de alimentarmos esta ilusão acreditamos que ela guarda uma recompensa gratuita no final. Essa recompensa nunca chega, e apenas desilusões se dão, inclusive daquelas pessoas que nunca esperaríamos.

Podes estar achando frustrante ler o que escrevo, e concordo contigo. Mas é nesse ponto em que as pessoas diferem, algumas preferem fechar os olhos e finjir que não acontece, outras aprendem a tirar proveito das lições e tornar-se mais resistente a dor. Todos um dia irão se dar conta disto e apenas aqueles realmente firmes serão capazes de compreender e aceitar o sofrimento (não digo ficar acomodado), e ainda mais, não mudar seu caráter por mais que as injustiças da vida lhe façam passar dificuldades. Essa é a grande provação das pessoas, especialmente das de fibra moral, atravessar dificuldade sem desejar repassar a injustiça que lhe causaram, sem desejar vingança. É o destino dos bons sofrer, e o sofrimento os lapida.

No fim das contas é fácil observar como o mundo não é justo, basta colocarmo-nos no lugar daqueles que sofrem com a fome, a exclusão, as guerras, etc. muitas sem nem saber o motivo. Então, por que reclamar do que nos fizeram? Não seria muito mais proveitoso levantar-se e batalhar para que a justiça seja feita do que ficar esperando que ela venha de graça divina ou ficar lamentando? Não seria melhor seguirmos em frente repassando boas ações tentando construir um futuro mais promissor? Um exemplo a ser seguido? Quem disse que os justos não podem vencer na vida?

Portanto, quando passar por dificuldades, lembre-se, há coisas melhores a se apegar do que a elas (exemplo: família, amigos verdadeiros, virtudes, trabalho) e sempre existirá alguém que viveu uma injustiça maior que a tua e sobreviveu fortemente. Nunca chegaremos perto de saber o que é uma dificuldade insuportável.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Essa postagem vai em homenagem a dona insônia... que decidiu me pegar de surpresa essa noite e simplesmente não me deixa mais aquietar... então lá vai:

Dona Insônia

Quando eu sofro com a insônia
Sempre tendo a reclamar
A cabeça sobre a fronha
E também em outro lugar
O corpo pedindo arrego
E a cabeça sem parar -
Pensando em qualquer besteira
Que nem convém publicar

Quando eu lucro com a insônia
Nem vejo o tempo passar
A cabeça diz: "componha!"
Então vem de algum lugar
O verso que sem sossego
Faz a cabeça pensar -
É quando de qualquer maneira
O corpo tem que anotar.

Depois da noite comprida
Cumprida a missão de criar
Agradeço à dona insônia
Por ter vindo visitar
A cabeça que na fronha
Já mais leve do que o ar
Tranquila, quase risonha
Agora só quer sonhar.

(Gabriel O Pensador - Diário Noturno)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

O fim de um mundo não significa o fim do mundo


Recentemente tem se tornado popular reportagens abordando as alterações climáticas, chega a ser engraçado a forma com que é abordado o assunto. As mesmas colocações se repetem anunciando a destruição da natureza, e este tipo de raciocínio que é perturbador. O homem se acha tão poderoso ao ponto de acreditar ser capaz de destruir a natureza. Ele mesmo não reconhece que o que ele é e o que ele produz é fruto da natureza. Não percebemos que o que estamos fazendo é um pequeno segundo na história dela. Durante sua história a natureza tem provado sua força imponente que não permite situações de desequilíbrio por muitas gerações (a seleção natural entra aqui), observe mesmo sua história como foi capaz de contornar situações de instabilidade ao ponto de parecer um padrão de resposta. Simplesmente quando uma população se torna insustentável a mesma trata de a reduzir ou adaptar, ou como o caro visitante acredita que certas doenças infecciosas a exemplo da gripe espanhola desapareceram simplesmente?
Felizmente pela evolução o homem foi dotado de capacidade de responder às reações naturais contra a redução de sua população. A primeira delas foi o domínio da agricultura que permitiu uma explosão populacional intensa para a época e assim viemos seguindo com a revolução médica e tecnológica, aumentando nossa expectativa de vida e nossa carga sobre os recursos do planeta.
No momento atingimos um patamar tão avançado de degradação que simplesmente não podemos mais nos defender contra os esforços naturais de reduzir nossa sobrecarga, pois cada vez estes se tornam mais violentos. O aquecimento global é o simples resultado do desequilíbrio que nossa insustentabilidade trouxe para o planeta, e como somos seres que aprendem apenas nas situações de dificuldade sem prever e preveni-las, teremos que passar por dezenas de catástrofes globais para perceber a seriedade da questão. As primeiras já se deram todavia tomaram lugar em países de terceiro mundo e cidades pobres tais como Nova Orleans, de maioria populacional negra. Assim que estas atingirem centros econômicos então sua real importância será dada. Entretanto talvez já seja demasiado tarde, Gaia terá feito seu julgamento e resolvido seu problema por si mesma.
Portanto está na hora de olharmos um pouco para nossos comportamentos como sociedade e entramos nessa batalha, não pela natureza, pois ela sabe como se cuidar, mas por nós que precisamos sobreviver. Pois independente da adversidade a vida continuará a existir e o ciclo natural seguirá em frente, sendo que desta vez sem nós.

Postagem de Inauguração

Saudações visitantes deste blog, a partir deste momento decidi levar adiante uma vontade que eu possuía mas sempre adiava por preguiça. Dou inicio a este blog para compartilhar pensamentos e reflexões com relação ao cotidiano, a vida que levamos assim também como para abordar qualquer outro assunto de interesse e besteiras que passar pela minha cabeça sejam elas fúteis ou não. Portanto sejam bem vindos e espero que gostem. Até a próxima!